[ESPECIAL] Restauração de games: um mercado em aberto!

On terça-feira, 7 de dezembro de 2010 2 comentários

Pensando no futuro, salvamos o passado!
O colecionismo de videogame é fundamental para mantermos viva a história dos consoles e jogos que marcaram épocas e vidas. Mantermos guardado, por exemplo, aquele console preferido ou uma coletânea de cartuchos/CDs exige certos cuidados para que o inevitável desgaste dos componentes seja retardado o mais longo possível.

Mas e quando ocorre algum imprevisto e algum componente do console, cartucho ou algum acessório queima, quebra ou se desgasta a tal ponto de inutilizar o aparelho? Quem faz conserto? Ou melhor, vamos reformular a questão. Tem alguma empresa que seja especializada no segmento de restauração de videogames e afins?


Após uma breve pesquisa na internet confesso que não achei nenhuma empresa atuante no Brasil que atue nesse setor. Mas será que isso é “privilégio” do Brasil, ou em todo o mundo há esse problema? Será culpa do rápido avanço tecnológico e com isso as empresas de games estejam focando apenas em serviços ligados no futuro e cada vez mais esquecendo o ramo do colecionismo, deixando apenas para que os colecionadores e antigos fãs das plataformas encontrem meios de preservar suas queridas peças?

Inspirado no SêniorCast sobre colecionismo da Revista Game Sênior, onde esse tópico foi abordado nós do Summonando resolvemos elaborar um mini-dossiê do porquê o colecionismo não tem o devido respaldo das empresas do ramo de videogames, elaboraremos os principais aspectos que uma empresa que deseje entrar e se especializar nesse deve ter, mostraremos como os gamers e colecionadores podem se unir para tentar reverter esse panorama através de aspectos e números que devem ser coletados e analisados, alem é claro de algumas dicas de preservação de seus preciosos objetos enquanto nenhuma empresa atue fortemente no mercado de restauração de consoles e afins.

Para encorajar aos empresários a se aventurar no ramo de restauração/reposição de consoles e periféricos é necessário levantar uma série de fatores que determinem quem, quando, onde, como, por que e pra que a empresa deve atuar. Antes de se aventurar em um novo ramo empresas reunem o maximo de informação possível, traçam metas e objetivos, a analisam a viabilidade do projeto. Mas sem levarmos em consideração esse monte de informação, falando apenas como gamers, seria bem legal que empresas nesse ramo de restauração e conservação de games fossem criadas, mão-de-obra fossem qualificadas e consoles e as memórias não fossem mortas. 

Antes de mais nada aqui vão alguns fatores que, espero eu, elucidem vocês pelo fato de que não é fácil abrir uma empresa, ainda mais para um mercado desconhecido.




Aspectos relevantes para as empresas:

Qual o objetivo da empresa?
Restauração e limpeza de consoles, cartuchos, Cds, perfiféricos e componentes ligados à industria de videogames, com foco nos consoles e cartuchos de gerações passadas.

Qual o nicho de marcado que atingirá?
Principal: colecionadores de videogames, Secundários: proprietários de videogames antigos que não usem-nos para a finalidade de formar uma coleção.

Qual o tamanho do mercado potencial em que vai atuar
É necessário ter uma base do numero de clientes que a empresa poderá atingir, afinal, o numero de clientes está intimamente ligado com o custo das operações executadas nos processos principais (restauração, limpeza e o que mais a empresa executar) e por conseqüência também está ligada rentabilidade da empresa.  Nenhuma empresa vai entrar em um ramo se não for ter lucro.

--- Numero de clientes atendidos x Preço Cobrado = Receita bruta
--- Receita Bruta - [Despesas Fixas + Despesas Variaveis]= Lucro

por isso é importante definir bem o numero de clientes do mercado e os preços, pois dependendo dos calculos poderá não haver rentabilidade.

Como descobrir o numero pessoas no posível mercado?
A principal, como sempre, é através de pesquisas. Mas seria interessante se os colecionadores, proprietários de consoles e games antigos, e porque não toda a comunidade gamer do Brasil se unissem para criar uma associação ou algum outro meio que ajudasse na capitalização de números concretos acerca do numero de pessoas que estão envolvidas no colecionismo. Afinal, friso novamente, empresários são movidos à números; tais números dariam mais “rigidez ao chão onde eles estão pisando pela primeira vez” se é que me entendem, se uma espécie de “CENSO do colecionismo de games” fosse levantada abordando diversos aspectos  como quais os consoles que mais tem no Brasil, numero e tipos de consoles e cartuchos de cada colecionador, entre outros dados ajudaria e muito a encorajar esse segmento a dar os primeiros passos.

Local de atuação
Definiu-se onde estão os clientes, teoricamente, é naquele local que se instalará a empresa. Um estudo de localização pode parecer bobagem mas é as vezes fator determinante no sucesso de uma empresa.

Qual o custo de uma restauração ou limpeza
É uma variável importante a se levantar, afinal esses custos devem ser ponderados com a finalidade de ser acessível aos clientes e ser rentável para as empresas

Compensa consertar
Para muitos colecionadores manter o console inteiro original é essencial, algumas pessoas não gostam de trocar peças pois acham que perdem o charme, a nostalgia ou algum outro motivo pessoal. Alem disso tem o questão do custo, as vezes é inviável consertar, pois talvez o preço da peça custe o valor de outro console que esteja funcionando. Mas aí pondera-se aspectos como facilidade de achar um outro console ou equipamento funcionando, motivos pessoais para com aquele equipamento especifico (motivos pessoais como: meu primeiro videogame, ganhei do meu pai, etc), peças de reposição, ano de fabricação entre diversos outros.

As empresas ainda provêm peças de reposição
De nada adianta levantar todos esses números, montar um projeto bonitinho de atuação em um mercado, que acredito eu tem tudo pra vingar, se as empresas fabricantes dos consoles não colaborarem nesse sentido. Claro que fabricar peças de antigos consoles seja inviável, mas se esse mercado aquecer talvez a mentalidade dos chefões das fabricantes mude. Não é necessário produzir em grande escala, afinal é apenas restauração e não uma linha de montagem nova, produziria apenas o suficiente para abastecer o mercado.
Ainda tem uma alternativa interessante, eles poderiam terceirizar o serviço de produção de componentes para consoles antigos, ou seja, seria criada uma empresa especializada na produção onde todas as marcas de consoles se uniriam (dificil hein xiiii Nintendo+ sony + ... mas enfim não custa sonhar) APENAS para fabricar componentes para seus consoles antigos, assim economizariam em produzir tudo em uma unica fabrica só, e faria feliz uma porção de gente (exceto alguns colecionadores mais afccionados que querem o console 100% original, aí não tem como).
É um setor que tem uma possibilidade de expansão bem interessante, como por exemplo poderia ser criados linhas de produtos para limpeza especifica de videogames, caixas ou bags (como sugerido por mano beto da game sênior) próprios para cada console, entre diversas outras coisas.
COMO QUE ELES NÃO VEM UM NICHO DE MERCADO DESSE? Até tem uma slogan que me veoi a mente agora poderiam até usar sei la um "PENSANDO NO FUTURO, SALVAMOS O PASSADO" ... olha que lindo hehehe.


Como você viram muitos aspectos foram citados aqui, e ainda tem muitos outros, esses são os principais ao meu ver. Mas creio eu que seja viável se aventurar nesse ramo, pois há muitos colecionadores de games ou simples detentores de um ou outro console que se tivessem um mercado onde pudessem levar seus equipamentos para reparo ou uma simples limpeza seriam sem duvidas fieis à esse nicho de mercado.
O primeiro passo acredito eu que seja a criação de uma sociedade, comunidade, associação ou algo do tipo para mostrar que os colecionadores são uma parcela significativa e atrativa no mercado dos games, pois só assim as empresa veriam que realmente existe algo concreto nesse segmento, alem de ajudar e muito na pesquisa do numero de pessoas que esse mercado atingiria. Temos como exemplo a ABRAGAMES que visa fortalecer a industria de desenvolvimento de jogos nacionais, porque não criar uma similar ou usar a mesma para os retrogamers?
O segundo passo mais importante seria a criação de empresas nesse setor, mas essas empresas precursoras serviriam mais para abrir a mente das fabricantes de consoles e conscientizassem de que há um mercado atrativo.Afinal se é restauração tem que ter peças para reposição, e se as fabricantes não as fizerem, não há como realizar a restauração(dependendo do caso é claro). Não seria nem preciso as empresas estarem intimamentes ligadas a Nintendo, Sony, Microsoft, etc, poderiam ser criadas empresas terceirizadas para esse serviço como já foi dito anteriormente. Alternativas não faltariam.

Mostrando que há um mercado bom para se atuar e motivando as empresas de peças de reposição seria mais do que meio caminho andado. Daí para o sucesso seria, teoricamente, um pulo. Mas o que vai acontecer só o tempo dirá, porém, se os colecionadores e toda a comunidade gamer quiserem manter vivo a historia do console tenham plena consciência de que agora é a hora ! Uni-vos Gamers, é uma tarefa dificílima, mas nada nesse mundo é impossível.


Agora algumas dicas de conservação de games e consoles. (retirado do site Cubagames)



1 – Removendo Adesivos e Etiquetas de preço etc
Para remover essa porcarias, o ideal é usar a própria unha, pois assim é possível controlar a força e não riscar. Se a unha não ajuda, pode usar um estilete sem muito fio. O truque é ir raspando aos poucos e tentar sempre tirar cada adesivo sem rasgá-lo, para sair junto com a cola e não sobrar aqueles resíduos. Se o adesivo estiver em cima do rótulo do game, tome cuidado para não rasgar o rótulo.
2 – Removendo Resíduos

Para remover os resíduos, o ideal é usar um pano comum umidecido e esfregar em cima de cada resíduo de cola e de papel até soltá-los completamente. Segure o cartucho com força e aperte o pano com força ao esfregar que aos poucos a sujeira vai saindo.
É bem possível que ainda fique resíduo de cola. Aí a solução é usar um pouco de álcool para umidecer uma ponta do pano e esfregar em cima. Vá molhando de álcool os resíduos e esfregando para soltá-los.
ATENÇÃO: Tome muito cuidado PARA NÃO PASSAR o pano com álcool em cima do rótulo, porque o rótulo se discolore com facilidade.
3 – Limpando o Rótulo
Para limpar o rótulo, use um pano umidecido com água e passe com leveza sobre o rótulo, forçando um pouco mais nas áreas mais sujas. É recomendado lavar o pano antes para que se garanta que não há restos de produtos de limpeza nele. Se tiver qualquer solvente, vai estragar o rótulo. Aproveite e limpe o rótulo de trás também.
4 – Removendo Sujeira
Use o pano umidecido em água e esfregue com força no plástico do cartucho. Caso a sujeira esteja difícil de remover, use álcool ou mesmo algum produto de limpeza multi-uso. MUITO CUIDADO COM O RÓTULO!
Dependendo da situação, é possível até usar escovinhas duras com multi-uso para remover sujeira. Passe um pano úmido com álcool para “enxaguar”. Nunca molhe o cartucho. Não deixe o produto escorrer para dentro do cartucho ou no rótulo. A parte que estiver sendo limpada deve sempre estar voltada para baixo, para não escorrer produto onde não deveria.
5 – Removendo Tinta de Caneta
Tintas de caneta tipo pincel atômico são bem difíceis de remover. Caso não saia com álcool, é possível usar acetona (peça pra sua mãe) sobre a tinta.
CUIDADO!!!!! Acetona corrói o plástico!!! Use com cuidado. Use com cotonetes ou com pedacinhos de papel higiênico. Esteja avisado.
6 – Limpando os Contatos
Para limpar os contatos, é imprescindível usar álcool do tipo isopropílico. É fácil achar nas lojas de peças de eletrônicos, onde se vende capacitor, ferro de solda, transistores, etc.
O álcool comum possui água e a água oxida os contatos. O que queremos é justamente remover a oxidação. Portanto, o álcool comum não é recomendado. Mas na falta do isopropílico, ele pode ser usado (melhor que nada).
O ideal é molhar um pedaço de papel higiênico no álcool e passar o papel molhado nos contatos. Pode passar com força, só tomando cuidado para não puxar algum conector. Limpe também a blindagem em volta dos conectores e toda a parte interna. Sujeira azulada é oxidação e é isso que impede o cartucho de funcionar. Nunca assopre, pois o sopro é úmido. Se precisar dar uma limpadinha pontual, use um cotonete.

Para finalizar e conservar os cartuchos, existem esses passos opcionais:

1 – Retocando Danos no Rótulo
Se o rótulo possui pequenos rasgos ou desgaste da tinta, é possível usar canetinha para retocar. Isso não vai salvar um rótulo todo detonado, mas vai esconder ou atenuar pequenos danos. Basta usar a canetinha da cor certa no lugar certo e voilá! Se ficar ruim, passe imediatamente um pano úmido com água para remover a tinta.
2 – Colando Adesivo Transparente Nos Rótulos
É possivel colar adesivos transparentes sobre o rótulo e cortar em volta com estilete. Eu uso aquele papel-contato, que é comprado por metro em papelarias. Papel-contato é aquele plástico adesivo que geralmente usam nas empresas para colocar algum aviso na porta. É um plástico grosso e muito barato. Para colar, basta cortar um pedaço levemente maior que o rótulo e colar em cima, deixando o rótulo todo coberto pelo adesivo. Aí, esfregue o dedo com força sobre o adesivo para fixá-lo, sempre do centro para fora, e depois passe o estilete com cuidado em volta para cortar o excesso. Além de proteger, o rótulo fica mais bonito e brilhante. Faça isso no rótulo traseiro também.
3 – Embalando Cartuchos
O plástico do cartucho pode sofrer oxidação também. O cartucho fica amarelado e somente lixar pode remover isso. Para evitar contato com umidade, poeira e vento, embale cada cartucho com saquinhos plásticos. Os do Nintendo 64 cabem perfeitamente naqueles saquinhos que as lojas usam para embalar CDs graváveis. Não estou me referindo aos envelopinhos, mas aquele saquinho transparente que tem a largura exata de um CD. Cartuchos maiores, como os do Nes, vão precisar de outro tipo. Procure embalagens em lojas de embalagens, ou mesmo tente usar caixinhas de VHS.
4 – A Experimentar
Existem algumas coisas que eu nunca tentei, mas que poderiam contribuir para a conservação dos cartuchos. Eu preciso me informar melhor para saber se não há problemas em fazer o que vai abaixo. Não façam isso! Ou me informem se isso é seguro:
- Passar spray anti-oxidante nos contatos
- Passar óleo de máquina nos contatos para evitar oxidação
- Usar verniz ou cola de artesanato nos rótulos no lugar dos adesivos



Bom ainda vou pesquisar mais sobre o assunto, ver se eu acho alguma empresa que seja especializada nisso, procurar saber mais sobre esse mercado, sou leigo no assunto de colecionismo e peças de games, por isso qualquer erro deem um toque. Fiz meio que as pressas para poder postar aqui no blog e alertar a todos os gamers. Duvidas, sugestões, dicas de sites ou algo a acrescentar mande-nos um email ou deixe um comentário. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Ninguém comentou, então serei o primeiro. EXCELENTE matéria! Estou começando uma coleção de games antigos e atuais, e precisava de dicas para restauração e conservação dos mesmos. Isso será de grande ajuda, muito obrigado!

Unknown disse...

Você restaura um Game Boy Advance?

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